1 Dia, 2 Filmes

Ignorando o facto de já ter começado uma nova semana de trabalho, o primeiro fim de semana de Fevereiro foi... produtivo. No sábado fui trabalhar e no domingo compareci num encontro familiar. Do ponto de vista social foi esgotante e de certa forma traumático no sentido em que fui "forçada" a assistir a uma missa comemorativa do referido encontro. Thank God my family is super religious... but I'm not! Não me interpretem mal, pois eu não me importo de visitar igrejas quando posso admirar os elementos arquitectónicos e decorativos e tudo mais, mas tendo em conta que era uma simples igreja moderna não havia muito a fazer. Assim, sem mais para dizer, deixem-me apenas recordar o último sábado do mês de Janeiro, o dia em que vi dois filmes seguidos no cinema. Atenção: SUPER LONG POST!


Foi um belo dia, de facto. O dia em que saí do trabalho e me apeteceu cometer uma loucura. Mas como sou medricas fiquei-me pela compra de dois bilhetes para dois filmes para os ver no mesmo dia com uma separação de aproximadamente 30 minutos. É que para além dos meus bilhetes ainda me comprometi a pagar os do meu namorado. 



Começámos esta jornada cinematográfica num passo vagaroso seguindo as manchetes revolucionárias do The Post e, de seguida, apressámo-nos para acompanhar o The Maze Runner na sua viagem sempre inconstante e perigosa. Tratando-se de dois filmes em espaços temporais e realidades tão distantes, não há forma como compará-los, por isso vou falar de cada um separadamente.

***SPOILERS AHEAD***

THE POST


Numa espécie de epílogo - e para contextualizar, - o filme mostra imagens do funcionário Daniel Ellsberg (Matthew Rhys) a fazer dezenas ou até mesmo centenas de cópias de documentos confidenciais do Pentágono para entregá-las ao repórter Neil Sheeman do The New York Times. Esses documentos denunciavam que Richard Nixon e os presidentes anteriores dos Estados Unidos da América tinham conhecimento de que a guerra do Vietname era uma guerra perdida enquanto faziam promessas que motivavam os cidadãos americanos a alistar-se. E com a guerra milhares de vidas se perderam também.


De início, o ritmo é frenético e o ambiente é sigiloso, de cortar a respiração, enquanto torcemos para que não haja qualquer descuido de qualquer das partes que impossibilite a publicação dos artigos. Depois, contudo, entramos num ambiente de escritório e finalmente podemos ver Tom Hanks a incorporar a sua personagem Ben Bradlee assumindo, assim, o papel de director executivo do The Washington Post. Com uma atitude madura e de mangas arregaçadas, mas ainda assim jovial e com garra, mostra-nos que é ele quem manda ali. O chefe, claro, ainda que sob a supervisão de Katharine Graham (Meryl Streep), a típica e insípida dona de casa que herdou a liderança do jornal local após o falecimento do seu marido e que recorre constantemente a conselheiros que tomam decisões a respeito do seu jornal. O seu papel evolui ao longo do filme e no final é ela quem dá o sinal para fazerem frente à censura do governo, uma decisão que acaba por se revelar bastante recompensadora e revolucionária. Outra personagem de extrema relevância é a que é interpretada por Bob Odenkirk na pele de Ben Bagdikian, o jornalista que descobre o paradeiro de Daniel Ellsberg - que se mantinha escondido desde a publicação dos documentos do pentágono - e que recupera as cópias. I always wanted to be part of a small revolution é uma das falas da personagem que mais me marcaram neste filme. Ela profere-as quando nos mostra as manchetes de outros jornais que seguiram o exemplo do The Washington Post reportando os documentos do Pentágono.

A sequência de imagens no filme também é impressionante e algo de que gostei muito é o facto de ter sido incorporado o funcionamento interno desde os rascunhos e posicionamento dos textos à impressão e, por fim, o encaminhamento dos jornais, no seu formato tradicional, para exposição e comércio. Foi muito bem dirigido por Steven Spielberg. Aliás, dele não espero outra coisa.
Mas quando já estavam a passar os créditos e a multidão começou a evacuar a sala de cinema, o meu namorado ouviu alguém dizer "pensava que era melhor, é muito parado" e isso entristece-me. É um filme que visa enaltecer a posição que a imprensa deve ter no mundo ao publicar artigos que podem ter influência na sociedade. É um filme de ritmo mais lento, é verdade, mas se essa pessoa esperava algo mais sensacionalista a um ritmo alucinante devia ter feito como eu e comprado um bilhete a mais para ver o The Maze Runner.

THE MAZE RUNNER: The Death Cure

A longa, longa, longa metragem começa, como gostamos, no meio da acção. Thomas (Dylan O'Brien) e os seus companheiros Newt (Thomas Brodie-Sangster) e Frypan (Dexter Darden) seguem o rasto dos restantes amigos e de Minho (Ki Hong Lee) - que os acompanhou no labirinto - em direcção a um comboio. Com a ajuda de Jorge (Giancarlo Esposito), Brenda (Rosa Salazar) e Vince (Barry Pepper) conseguem libertar um vagão, mas apercebem-se de que Minho não está nele e de que têm de ir mais longe para conseguirem salvá-lo das seringas da WCKD. Na verdade, é nesta altura que começa uma demanda de volta às instalações de experiências controversas chefiadas pela doutora Ava Paige (Patricia Clarkson). Tenho conhecimento de que no decorrer das filmagens o actor Dylan O'Brien teve um acidente e que por isso é que o lançamento foi mais tardio em comparação aos filmes anteriores, mas em nenhuma parte notei algum sinal de menor agilidade na sua actuação. Apesar de não ter nada a apontar relativamente aos actores em si, tenho sim a dizer que o filme me desapontou.

Eu sou fã de séries distópicas (antónimo de Utopia). Porém, ainda não tive a oportunidade de ler os livros nos quais foi baseada esta trilogia de filmes, por isso, não vou fazer comparações. Vou apenas dizer que mais importante do que efeitos especiais e imagens e sons espectaculares de edifícios a ruir no meio de explosões é a história. E relativamente à história achei que ficaram algumas pontas soltas ou espaço para explorar mais. Posso adiantar que a personagem Gally, (Will Pulter) que no primeiro filme foi empalada por uma lança NO CORAÇÃO, voltou à vida sem qualquer explicação plausível e agora faz parte da lista dos amigos do Thomas. Esta é só uma das coisas que, na minha opinião, tirou alguma credibilidade ao filme por não ter sido bem explicada. Outra infelicidade é o facto de sermos apresentados a uma nova personagem, Lawrence (Walton Goggins), líder da comunidade em que Gally agora se insere, com o rosto completamente desfigurado pela doença que torna as pessoas em zombies, deixando-nos curiosos acerca da importância que aquela personagem vai ter no desenvolvimento da história SÓ.PARA.NUNCA.MAIS.A.VERMOS a não ser no final quando decide correr em direcção à morte numa outra explosão. I mean... Really?
A cereja podre em cima do bolo é quando, mais à frente, o Thomas desmaia e acorda numa praia paradisíaca onde estão os seus outros amigos e nem sequer nos explicam o que é que aconteceu ao resto do mundo. A doença dizimou os restantes? Só ficaram os imunes? O que é que aconteceu à WCKD?

Para resumir, achei que foi um filme razoável com alguns sobressaltos à conta do sistema de som Atmos na sala de cinema, mas tinha pano para mangas que não foi aproveitado. Infelizmente, há quem diga que este filme marca o fim da "moda" de séries distópicas para jovens adultos e não me supreendia se assim fosse o caso. Mas como eu não sou de modas nem de igrejas, deixo-me estar!

Até Breve!

4 comentários:

  1. Também ando a papar filmes oscarizáveis como se não houvesse amanhã. :D

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    1. Haha tal e qual, é isso mesmo! O próximo na minha lista é o shape of the water!

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  2. Olá
    Os dois filmes que viu eu tô bem a fim de ler, mas tá faltando graninha pra ir no cine. Aqui o cinema é exorbitante.
    Um beijo

    Vidas em Preto e Branco

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    1. Antes de veres o Maze Runner fica a saber que o final é um pouco confuso e antes de veres o The Post, como já disse, é um filme de ritmo mais pausado. O The Post vale a pena ver porque os Óscares estão à porta e gosto sempre de estar a par da situação ^-^ beijinhos e obrigada pelo comentário :D

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